terça-feira, 26 de junho de 2012

Jovens Democratas em Ação no mundo



Aproximadamente mil e quinhentas pessoas estiveram presentes na Plenária 5 do Aterro do Flamengo, na manhã do dia 18 de junho, para assistir ao Seminário Juventude e a Carta da Terra. O Instituto Democracia e Sustentabilidade (IDS), um dos articuladores da Rede Brasileira da Carta da Terra, apoiou a atividade. Dentre os convidados estavam Moacir Gadotti, pedagogo que participou da criação do documento, há mais de uma década, Severn Suzuki, a menina que emocionou o mundo com seu discurso em 1992, Norah Mahmoud, que lidera juventudes ambientalistas no Canadá, Letícia Sabatella, atriz e militante ambiental, Thiago Machado, da Icco, Marina Silva, ex-ministra do Meio Ambiente, e o professor e parlamentar Cristovam Buarque. As falas dos presentes emocionaram a todos, trouxeram reflexões e convocaram a juventude a se unir em uma rede de sonho e realização para que a Carta da Terra se consolide como um documento norteador da transformação do mundo e da humanidade, em um lócus de sustentabilidade que abrigue uma grande “comunidade viva”. 
Gadotti apresentou um histórico da Carta, que começou a ser pensada em 1992, mas teve a sua primeira versão divulgada em 2000, se configurando como um código de ética para a humanidade. “Em minhas conversas com Paulo Freire ele mencionou diversas vezes que sua pedagogia do oprimido carecia de um complemento que falasse da Terra, pois o planeta estava em situação de opressão. A Carta da Terra traz diretrizes éticas e supera a visão antropocêntrica do desenvolvimento sustentável.”, disse o pedagogo. Ele ressaltou ainda que: “Nos últimos vinte anos, nós avançamos na ampliação da consciência global sobre a crise. Agora temos que avançar para a meta comum: um mundo mais feliz, justo e sustentável.
A manhã foi marcada por histórias e convocações. “Há muito eu aprendi que a existência do homem, dos índios, foi fundamental para o desenvolvimento das florestas”, disse Letícia Sabatella. “Sim, a terra é sagrada, e o homem é sagrado também. Temos que reconhecer e assumir esse nosso lugar sagrado no mundo”.  Mahmoud demonstrou grande entusiasmo ao falar para a plateia lotada: “O momento atual, a Rio+20, é muito importante para construirmos um mundo sustentável, e por isso quero me conectar a vocês, jovens, que usam a Carta da Terra para transição”. 
Em seguida, Svern Suzuki relatou encantamento com a volta ao Rio. “Há vinte anos eu vim aqui pelo meu futuro. Hoje eu venho pelo futuro de meus filhos”, disse a ativista canadense.  “Hoje eu entendo porque todo mundo parou para ouvir uma garota de doze anos. Ao me ouvir, em 1992, eles se lembraram de seus próprios filhos”.
Suzuki lembrou a importância e também as limitações da governança: “Eu acredito na participação cidadã. Mas também sei que ela hoje não é suficiente para que nossas demandas cheguem a quem está no poder”. Ela, então, retomou a importância da Carta como um guia ético: “Eu espero que aqui na Rio+20 haja um diálogo honesto e que fique claro quem coloca as diretrizes que guiam o que acontece no mundo. Pois o que vemos é o crescimento do mundo coorporativo. Fala-se muito em economia verde, mas eu pergunto: como vamos reestruturar a economia sem antes discutir valores? Os políticos de alto nível não vão mudar o mundo para nós. Se nós queremos mudança, teremos que ser responsáveis por ela”. 
Cristovam também falou de mudança e da responsabilidade de se rever valores e projetos de mundo. Enfatizou o papel da transição de uma mentalidade em que o crescimento econômico é desejado como meta infindável: “Não precisamos de mais usinas hidrelétricas, precisamos, na verdade, reduzir o consumo. Precisamos sim é do decrescimento!”. Marina Silva, por sua vez, citou os recentes retrocessos das negociações mundiais e nacionais sobe sustentabilidade e enfatizou a importância de sermos uma nação que servirá de exemplo para o mundo na transição para a sustentabilidade. “Dizem que os jovens não são pragmáticos, que são sonhadores, por isso não realizam nada. Mas sem uma juventude sonhadora não teríamos instituído a democracia no País”, disse a líder ambientalista. Marina convocou a juventude para o sonho e para a ação. Segundo ela, os jovens, justamente porque sonham, serão os responsáveis por transformar a realidade. E, dizendo isso, foi aplaudida por centenas de pessoas como manifestações de aprovação.
O encontro encerrou com um canto tradicional indígena, em coro, em que todos reconheceram o planeta como “Mãe”. As vozes preenchiam o espaço, os pés soavam como percussão, fazendo a Terra vibrar na toada dos corações unidos. O Seminário foi marco para a inserção da juventude na Rede Brasileira da Carta da Terra, que pretende ser arcabouço de muitos encontros, debates e mobilizações no pós-Cúpula dos Povos.

                     Jovens Democratas em Ação no Mundo

Aproximadamente mil e quinhentas pessoas estiveram presentes na Plenária 5 do Aterro do Flamengo, na manhã do dia 18 de junho, para assistir ao Seminário Juventude e a Carta da Terra. O Instituto Democracia e Sustentabilidade (IDS), um dos articuladores da Rede Brasileira da Carta da Terra, apoiou a atividade. Dentre os convidados estavam Moacir Gadotti, pedagogo que participou da criação do documento, há mais de uma década, Severn Suzuki, a menina que emocionou o mundo com seu discurso em 1992, Norah Mahmoud, que lidera juventudes ambientalistas no Canadá, Letícia Sabatella, atriz e militante ambiental, Thiago Machado, da Icco, Marina Silva, ex-ministra do Meio Ambiente, e o professor e parlamentar Cristovam Buarque. As falas dos presentes emocionaram a todos, trouxeram reflexões e convocaram a juventude a se unir em uma rede de sonho e realização para que a Carta da Terra se consolide como um documento norteador da transformação do mundo e da humanidade, em um lócus de sustentabilidade que abrigue uma grande “comunidade viva”.
Gadotti apresentou um histórico da Carta, que começou a ser pensada em 1992, mas teve a sua primeira versão divulgada em 2000, se configurando como um código de ética para a humanidade. “Em minhas conversas com Paulo Freire ele mencionou diversas vezes que sua pedagogia do oprimido carecia de um complemento que falasse da Terra, pois o planeta estava em situação de opressão. A Carta da Terra traz diretrizes éticas e supera a visão antropocêntrica do desenvolvimento sustentável.”, disse o pedagogo. Ele ressaltou ainda que: “Nos últimos vinte anos, nós avançamos na ampliação da consciência global sobre a crise. Agora temos que avançar para a meta comum: um mundo mais feliz, justo e sustentável.
A manhã foi marcada por histórias e convocações. “Há muito eu aprendi que a existência do homem, dos índios, foi fundamental para o desenvolvimento das florestas”, disse Letícia Sabatella. “Sim, a terra é sagrada, e o homem é sagrado também. Temos que reconhecer e assumir esse nosso lugar sagrado no mundo”.  Mahmoud demonstrou grande entusiasmo ao falar para a plateia lotada: “O momento atual, a Rio+20, é muito importante para construirmos um mundo sustentável, e por isso quero me conectar a vocês, jovens, que usam a Carta da Terra para transição”.
Em seguida, Svern Suzuki relatou encantamento com a volta ao Rio. “Há vinte anos eu vim aqui pelo meu futuro. Hoje eu venho pelo futuro de meus filhos”, disse a ativista canadense.  “Hoje eu entendo porque todo mundo parou para ouvir uma garota de doze anos. Ao me ouvir, em 1992, eles se lembraram de seus próprios filhos”.
Suzuki lembrou a importância e também as limitações da governança: “Eu acredito na participação cidadã. Mas também sei que ela hoje não é suficiente para que nossas demandas cheguem a quem está no poder”. Ela, então, retomou a importância da Carta como um guia ético: “Eu espero que aqui na Rio+20 haja um diálogo honesto e que fique claro quem coloca as diretrizes que guiam o que acontece no mundo. Pois o que vemos é o crescimento do mundo coorporativo. Fala-se muito em economia verde, mas eu pergunto: como vamos reestruturar a economia sem antes discutir valores? Os políticos de alto nível não vão mudar o mundo para nós. Se nós queremos mudança, teremos que ser responsáveis por ela”.
Cristovam também falou de mudança e da responsabilidade de se rever valores e projetos de mundo. Enfatizou o papel da transição de uma mentalidade em que o crescimento econômico é desejado como meta infindável: “Não precisamos de mais usinas hidrelétricas, precisamos, na verdade, reduzir o consumo. Precisamos sim é do decrescimento!”. Marina Silva, por sua vez, citou os recentes retrocessos das negociações mundiais e nacionais sobe sustentabilidade e enfatizou a importância de sermos uma nação que servirá de exemplo para o mundo na transição para a sustentabilidade. “Dizem que os jovens não são pragmáticos, que são sonhadores, por isso não realizam nada. Mas sem uma juventude sonhadora não teríamos instituído a democracia no País”, disse a líder ambientalista. Marina convocou a juventude para o sonho e para a ação. Segundo ela, os jovens, justamente porque sonham, serão os responsáveis por transformar a realidade. E, dizendo isso, foi aplaudida por centenas de pessoas como manifestações de aprovação.
O encontro encerrou com um canto tradicional indígena, em coro, em que todos reconheceram o planeta como “Mãe”. As vozes preenchiam o espaço, os pés soavam como percussão, fazendo a Terra vibrar na toada dos corações unidos. O Seminário foi marco para a inserção da juventude na Rede Brasileira da Carta da Terra, que pretende ser arcabouço de muitos encontros, debates e mobilizações no pós-Cúpula dos Povos.